O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) iniciou uma investigação sobre a aquisição de 36 caças Gripen E/F pela Força Aérea Brasileira (FAB) em um contrato de US$ 5,4 bilhões assinado em 2014 com a fabricante sueca Saab. O DoJ solicitou informações da Saab North America, subsidiária da empresa nos EUA, como parte da apuração de possíveis irregularidades no processo de compra.

A aquisição dos caças, parte do programa FX-2, teve como objetivo modernizar a frota da FAB, substituindo aviões antigos como o Mirage 2000 e o F-5 Tiger II. O processo envolveu uma concorrência internacional que incluiu propostas da Boeing, com o F-18 Super Hornet, e da francesa Dassault, com o Rafale. No final, a Saab foi escolhida, em parte por oferecer transferência de tecnologia e montagem local de parte dos caças no Brasil.

Embora autoridades brasileiras e suecas já tenham investigado a transação e não tenham encontrado evidências de irregularidades, a nova investigação dos EUA levanta novamente a possibilidade de corrupção no processo. Em 2016, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi acusado de favorecer a Saab durante a escolha dos caças. A defesa de Lula, que nega qualquer envolvimento irregular, considera as acusações politicamente motivadas.

O contrato inclui a entrega de 36 aeronaves até 2027, sendo que os primeiros caças começaram a ser entregues em 2021. A FAB já opera nove unidades do Gripen, e o governo brasileiro manifestou a intenção de expandir ainda mais sua frota com um novo pedido de 34 aeronaves adicionais em 2023.

Essa nova fase da investigação do DoJ, que ocorre em meio a um contexto de combate a práticas de corrupção e suborno em contratos internacionais, ainda não divulgou mais detalhes, devido à confidencialidade do processo.