

As queimadas e incêndios florestais no sul do Maranhão são problemas recorrente, impulsionados pela estiagem prolongada, fatores naturais e pela ação humana através do uso inadequado do fogo em atividades agrícola.

Nesses últimos dias as queimadas tem se intensificado em Mirador vindo, principalmente, do parque estadual e se aproximando da cidade. Quatro fazendas da região de Brejão e Buritizinho estão com extensa área queimada, com perdas expressiva da vegetação, destruindo as pastagens, fontes d’água, além de comprometer o meio ambiente, fauna, a economia local e a saúde da população. Hoje queimou áreas da localidade Bom Jesus e começou pela mata cilar do Rio Itapecuru e se estendeu pelas áreas de pastagens. No momento o fogo foi parcialmente contido pelos próprios moradores e um grupo de voluntários.

Os fortes ventos e a baixa umidade contribuem para a rápida propagação dos incêndios, que são mais frequentes durante essa época do ano, mais precisamente no período de junho a outubro até a chegada das primeiras chuvas.

Conforme Decreto Estadual 40.148l é expressamente proibido o uso de fogo para limpeza e manejo de áreas durante o período de 11 de julho a 15 de novembro de 2025, visando evitar que a situação se agrave ainda mais durante o período de estiagem.

Vários fatores contribuem para a existência das queimadas, como, queda de raios, rede elétrica má conservada, expansão do agronegócio, a agricultura familiar com a tradição de queimar a roça no toco, mas o maior culpado mesmo e que está devidamente comprovado é o caçador de animais silvestre, como, Tatu, Peba, Veado, Cutia, Paca, Capivara, entre outros, com o fogo criminoso. A caça é ilegal e existe porque não tem fiscalização. A situação é preocupante e demanda atenção urgente das autoridades.

O Programa “Maranhão sem Queimadas”, iniciativa de prevenção e combate as queimadas é um programa do governo do estado que se destaca mais com ações educativas. O programa é coordenado pelo SEMA e atua em conjunto com o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Batalhão Ambiental e Brigadas municipais onde existe. O governo Brandão investiu em veículos e equipamentos especiais que foram entregues ao Corpo de Bombeiros e para os municípios que tem equipes de Brigadistas devidamente constituída que não é o caso de Mirador que necessita mas ainda não foi oficialmente instalado.

A situação de Mirador é delicada por ser um município extenso e a maior parte de seu território (62%) ser ocupado por uma Unidade de Conservação Integrada – Parque Estadual de Mirador com 438.000 hectares, criado há 45 anos (4 de junho de 1980) com o objetivo de preservar a nascente do Rio Itapecuru e seu principal afluente Rio Alpercatas. Até o momento a UC não tem Plano de Manejo que identifique de fato e de direito o tamanho da área, limites, comunidades remanescentes, situação fundiária, além de outras.

O PEM não tem administração direta e permanente, como teve no governo Lobão através da COOPERMIRA e foi abandonado no governo Roseana Sarney e Flavio Dino. Por esse motivo, todo ano em maio e junho quando começa a estiagem começa também as queimadas e como não é controlado se estende para outras regiões causando enormes prejuízos econômicos e ambientais.

“Quando secretário de Meio Ambiente na Gestão Dr. Joacy, levei o Prevfogo do IBAMA durante dois anos seguidos, nos anos seguintes não foi mais possível porque o programa passou a atuar somente em áreas indígenas e nos assentamentos federais. Considerando as necessidades das ações tentei junto a câmara municipal, através do vereador Eduardo Galvão, a aprovação de projetos, requerimentos e indicações de criação de Equipes de Brigadistas, foi criado a função de Fiscal Ambiental, foi proposto equipe de Corpo de Bombeiros Militar lotado na cidade para atuar na região, foi proposto Gestão compartilhada do PEM (Município, Estado e a Sociedade Civil), tudo isso aprovado na câmara de vereadores. Na gestão de Rony foi proposto novamente, na gestão passada foi refeito o pedido através do vereador Gilberto Porto para a criação de brigadas, na sessão de sexta-feira outra tentativa através do vereador Daniel Barboza, inclusive com a presença de um representante do Corpo de Bombeiro Militar que expôs a situação, mas nenhum dos gestores tiveram a iniciativa de instalar e por isso perde a oportunidades de diminuir o fogo e de conseguir recursos financeiros, veículos e equipamentos especiais para o combate as queimadas que todo ano acontece, no mesmo período e com os mesmos prejuízos. Falta também iniciativa da secretaria de meio ambiente do município de buscar esses investimentos junto ao governo do estado e federal, como também lutar para que essas proposições dos vereadores que são aprovadas por unanimidade se tornem realidade porque são necessários e em caráter de urgência.


O governo Carlos Brandão tem dado atenção especial ao parque. Desde 2023 a SEMA vem trabalhado na elaboração do Plano de Manejo envolvendo todos os seguimentos, mas não se sabe o porque não finaliza e a espera já dura 45 anos. Algumas ações vêm acontecendo no parque, foi implantado programas sociais nas comunidades, capacitação em prevenção e combate as queimadas para os moradores, levou energia solar para muitas residências e breve vai levar geladeira e televisão para cada família. No Maranhão reestruturou o Corpo de Bombeiro com melhores condições de trabalho, mas em Mirador só resolve quando tiver equipe permanente lotado no próprio município. “O fogo não espera, quando o socorro chega já queimou tudo, essa é a realidade todo ano”.

Mirador todo ano ocupa o 1ª lugar em focos de queimadas. Esse ranking não perde pra ninguém.